Banco Cacau

Esse projeto, foi planejado, desenhado e executado com ferramentas manuais. Um trabalho manual, onde todo o processo trouxe planejamento de materiais a serem usados. Isso inclui desde escolher o tipo da madeira, até as ferramentas a serem usadas.

PROJETOS

Por Dael Leite

5/10/20253 min ler

Esse projeto foi criado a partir de um pedaço de tora de tamarindo (arvore originária da áfrica), pedaço este com aproximadamente 50 a 60 cm de comprimento, por cerca de 15 cm de diâmetro. Tirei 5 tabuas de 2,3 cm na largura . Então decidi que iria fazer um “banquinho”.

Comecei a desenhar em uma folha de papel, e depois de muitos rabiscos e rascunhos, desenhei o projeto que iria sair. Então comecei a preparar as ferramentas mais importantes no processo. E vamos para lista de materiais usados nesse processo. Antes quero lhes de dizer que foram usados três tipos de madeiras, sendo elas: tamarindo, tauari amarelo e imbuia.

Serrotes japonês e ocidental, o ocidental ajudou a tirar as tabuas, pelo seu tamanho e por ser rústico, com dentes super afiados, quando o tamarindo ainda era tora, já o serrote japonês, foi usado nos cortes precisos, a medida em que o processo vai tomando forma exige se cortes mais precisos e ele atende muito bem. Instrumentos de medição como régua, graminho, esquadro combinado, esse uso em quase todos os meus projetos, um bom lápis, formões bem afiados, plainas manuais para desbastes e para um bom acabamento na fase em que as afagadeiras alisam a superfície da madeira, dispensando até o uso de lixas.

Após definir todos os materiais, começo partindo a tora em tabuas conforme mencionei acima, em seus tamanhos predefinidos. Após tirar as tábuas, vem a parte de esquadrejamento das peças, na qual usei esquadro combinado, serrote japonês, plainas e lápis.

Na fase do esquadrejamento das peças, começo com uso dos serrotes e depois as plainas manuais As plainas começamos pelas famosas “come gente” as de desbastes, uma stanley bayle número 6 com bisel primário e secundário bem afiados, (não se preocupem com esse termo “bisel…” abordaremos no artigo sobre afiações), nesta fase a plaina com curvatura bem acentuada no bisel secundário permite um desbaste mais agressivo se é que assim posso dizer, porque literalmente esse tipo de afiação permite a retirada de cavacos mais grossos, retirando as imperfeições da madeira e começa a caminhar para uma superfície mais plana.

Posterior continuo com as plainas, mas agora entro com a plaina de número 4"afagadeira” ou plaina de alisamento. Nessa fase a afagadeira tem uma afiação um pouco diferente do número 6, aqui a afiação muda um pouco. Afiação anterior, o bisel secundário tinha uma curvatura na aresta de corte mais acentuado. Já nessa fase a curvatura bisel da aresta de corte é bem suave, isso permite que a aresta de corte tire tiras mais finas e não deixando marcas na madeira.

E o processo continua… agora vamos para os cortes angulares, assim damos forma ao banco cacau, o lápis, o esquadro, a suta e o serrote japonês entram em cena, ah! Não podia me esquecer de incluir a grosa shintu. Essa é uma baita aliada para dar aquele arredondamento nas bordas, que deu até para fazer bordas orgânicas.

Começo com a peça do assento com as medidas de 32cm no comprimento x 17cm na sua largura